Impactos do coronavírus na construção civil
A construção civil, em 2019, teve uma boa recuperação. Depois de 5 anos em queda o setor reaquecia e o cenário era de otimismo. A perspectiva era de um crescimento de 3% no PIB.
Mas o coronavírus aconteceu.
Com as medias restritivas de isolamento social obras foram reduzidas ou paralisadas. O setor das obras públicas teve um acréscimo com a necessidade de construção de hospitais de emergência, adaptações e reformas entre outras construções necessárias para o atendimento aos doentes vítimas de covid19.
No geral o setor da construção civil sofreu em duas frentes.
1. A mão de obra
Para conter o avanço do vírus e evitar a sobrecarga do sistema de saúde o contato entre as pessoas precisou ser reduzido. Isso também implicou na paralisação de obras e posteriormente na adoção de normas de segurança.
O trabalho na construção civil é relativamente seguro em relação ao coronavírus. Boa parte do trabalho é feio ao ar livre e na maior parte do tempo existe, naturalmente, distanciamento entre os trabalhadores. A maior preocupação era com o transporte desses trabalhadores. Muitos utilizam de transporte coletivo e isso aumentava o número de pessoas circulando e aglomeradas.
Passado esse primeiro momento as construções foram retomadas. Novas medidas de segurança foram adotadas, mas isto nem chega a ser novidade para os trabalhadores da construção civil.
Medidas de segurança são a regra em uma obra, todo profissional da construção civil está acostumado com o uso de E.P.I. (Equipamento de proteção individual). Para cada trabalho existe o equipamento se segurança adequado e isso não é novidade nenhuma em uma obra. Foram adotados máscaras e álcool gel.
As medidas tomadas foram:
– Home office para o trabalho administrativo.
– Disponibilidade de álcool gel nos canteiros de obra.
– Instruções para o uso de máscara e do álcool gel.
– Higienização de ferramentas e equipamentos.
– Afastamento imediato de trabalhadores pertencentes ao grupo de risco.
– Restrição de circulação de pessoas nas obras.
– Produção em turnos.
– Orientações sobre profilaxia, sintomas e perigos da doença.
A paralisação das obras causou um impacto inicial, mas as outras medidas não causaram grandes problemas ao setor, mas os outros fatores foram mais críticos, como veremos a seguir.
2. E os materiais
A lei do mercado é implacável. Quanto maior a procura e menor a demanda, mais o preço sobe. Junto a isso uma desvalorização do real perante as moedas estrangeiras e construir ficou mais caro.
Vamos pegar por exemplo o aço.
O aço é indispensável na construção civil, muito mais resistente que outros materiais metálicos tanto aos choques físicos e térmicos quanto ao desgaste natural. Não é possível uma construção moderna sem o aço.
O aço teve um aumento acumulado de janeiro a dezembro de 2020 referente a 108% e para o começo de 2021 já foi anunciado o aumento de 10 a 15%. A demanda está maior que o setor pode produzir. Nos EUA a placa de aço está sendo negociada a 800 dólares na prática de “ou compra a placa toda ou nem entregamos”.
E o mercado indica que continuará assim, as ações das siderúrgicas continuam em alta.
Outro material indispensável em uma construção é o vidro. Só reparar em nossos lares quanto vidro é usado em janelas e outras estruturas, ou mais ainda, em prédios comerciais com suas fachadas praticamente todas de vidro. A demanda pelo vidro vem aumentando e a produção vem caindo.
O grande produtor de vidro no mundo é a China que teve parte da sua produção abalada pelo coronavírus, mas o problema com o preço do vidro já vem de antes. O governo chinês parou de incentivar a produção do vidro desde 2018 por considerar uma indústria muito poluente, mas por outro lado a demanda continua a aumentar. Um dos setores novos na construção civil que contribuem para o aumento da demanda são dos painéis solares que estão cada vez mais populares. Empresas do setor de painéis solares só esperam uma normalização do preço do vidro para 2022. Em 2020 o aumento acumulado do preço do vidro ficou entre 60% e 70%.
Mas eu estou construindo no Brasil, o que tenho a ver com o dólar?
Como vimos neste texto, muitos dos materiais da construção civil está atrelado ao mercado internacional. Muito de uma construção é feita com materiais importados ou produzida com algum componente importado, quando este não é o caso o insumo é exportado, o que faz sofrer com a alta do dólar.
O real sofreu consideráveis desvalorizações em relação ao dólar. Em fevereiro de 2020 o dólar estava cotado em R$ 4,28, ano depois ele está cotado em R$ 5,35. Em 2020 o dólar chegou próximo dos 6 reais algumas vezes, isso tudo afeta os valores da construção civil.
Então está tudo ruim?
Não, não está. O setor da construção civil está otimista para 2021, o setor não ficou parado perante tantos desafios e se adaptou rapidamente para estes novos tempos que não temos muita certeza de como será. Além disso a mudança de comportamento necessita ser seguida por novas edificações. Isso foi demonstrado com um aumento na procura por materiais e mão de obra para pequenas reformas a partir de maio de 2020. Mais tempo em casa levaram às famílias a necessidade de ampliar, consertar ou adaptar seus espaços e moradia.
Outra mudança no comportamento foi o consumo online. O setor de venda online deve aumentos vertiginosos. A tendência das compras a distância já existia, muitos já preferiam comprar em sites a procurar em lojas fisicamente, mas com o covid19 esta tendencia foi acelerada em alguns anos. Para atender a uma demanda cada vez maior as empresas precisam de novos, maiores e melhores galpões e instalações.
O ano de 2020 foi um desafio para todos os setores, para a construção civil não foi diferente. O desafio ainda não acabou, muito terá que ser feito ainda antes de melhorar.
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Referências:
Siderúrgicas voltam a elevar preços de aço no Brasil em fevereiro – Época Negócios | Mercado (globo.com)
Construção civil em 2020: quais as consequências da pandemia no setor? | Porto Bello Engenharia
Construção civil pós pandemia: o que esperar daqui para frente? (mobussconstrucao.com.br)
Os impactos do Coronavírus (COVID-19) na construção civil – Ambar
Quais os impactos do Coronavírus na construção civil? (maiscontroleerp.com.br)
Coronavírus: Como lidar com os impactos na construção civil (sienge.com.br)
Falta de vidro na China e demanda aquecida elevam preços do painel solar fotovoltaico | epbr